A Convenção Nacional (1792-95)
A
primeira atitude da Convenção foi abolir a monarquia e proclamar a
República. Tentava-se instaurar um novo tempo marcado pelos princípios
de igualdade, fraternidade e liberdade. Para tanto se formulou,
inclusive, um novo calendário, com a finalidade de marcar uma nova era.
Nesse momento de grande agitação política havia três grandes grupos políticos em cena:
Girondinos
– representavam à burguesia comercial e industrial. Eram contra a
participação popular na revolução, uma vez que essa participação poderia
significar alterações em relação à propriedade privada (se sentaram do
lado direito da Convenção, dando origem à ideia da “direita” ligada ao
conservadorismo).
Jacobinos – representavam a pequena
burguesia e as camadas populares e desejavam aprofundar a revolução (se
posicionaram do lado esquerdo, originando uma concepção de radicalismo
para a “esquerda”).
Grupo da Planície – composto por
grandes banqueiros agiam de acordo com os seus interesses imediatos, ora
apoiando os girondinos ora apoiando os jacobinos (se posicionaram no
“centro” durante a Convenção).
Mais tarde os revolucionários
franceses descobririam o cofre da família real, documentos e a troca de
correspondência entre Maria Antonieta e monarquias europeias, fornecendo
subsídios para a acusação dos monarcas. Em 1793 a Convenção declara o
rei Luiz XVI culpado de traição, condenando-o a morte, o que acontece na
guilhotina, em plena praça pública. Pouco depois seria a vez de Maria
Antonieta passar igualmente pela lamina da “navalha nacional”. Como
seria de se esperar, a execução do monarca francês gera muitas reações,
principalmente de países estrangeiros.
Em 2 de julho de 1793 os jacobinos,
com o apoio da guarda nacional cercam a Convenção Nacional, tiram os
girondinos do poder e se declaram em estado insurrecional, é o inicio da
Convenção Montanhesa e da radicalização da revolução, o terror
efetivamente entre em cena. Criam-se órgãos especiais para defender a
revolução:
Comitê de Salvação Pública (que efetivamente exercia o poder, composto por nove membros).
O Comitê de Segurança Geral (espécie de polícia política).
O Tribunal Revolucionário
(responsável investigação e julgamento sumário dos suspeitos). Criado
pelo girondino Danton será amplamente utilizado pelo jacobino
Robespierre (chamado de o “incorruptível”) como instrumento para caçar e
punir qualquer suspeito de ser contrarrevolucionário.
Começa a período de terror da
revolução, um período de radicalização, onde os jacobinos iriam
perseguir e guilhotinar milhares de pessoas, inclusive, seus antigos
líderes. Calcula-se que em menos de um ano sob o comando de Robespierre
foram mandados para a guilhotina milhares de pessoas, inclusive, o
próprio Danton (4 meses após ele ter criado o mesmo Tribunal
Revolucionário).
Principais medidas do governo Jacobino:
- Aboliu a escravidão nas colônias;
- Ensino público e gratuito;
- Confisco das propriedades da nobreza emigrada;
- Reforma agrária;
- Criação de um novo exército, com ampla participação popular;
- Direito a insurreição popular.
Contudo, o terror levado a cabo
pelos jacobinos, aliado a execução de figuras populares como Danton fez
com que perdessem o apoio dos deputados e dos sans-culottes, abrindo
espaço para a alta burguesia tomasse o poder instaurando um governo de
caráter moderado: o Diretório.
Na imagem um sans-culottes assiste a
execução do rei Luis XVI. Descansando o pé na cabeça de um clérigo o
revolucionário toca violino em uma cena aterradora. Próximo à plataforma
outros revolucionários assistem a cena (repare nos gorros) e ao fundo
uma Igreja arde em chamas.
Nessa imagem, os revolucionários são
tratados pela imprensa inglesa de forma animalesca. De fato, no
momento em que líderes da revolução não condenaram a morte brutal dos
guardas que tinham a função de proteger a Bastilha, abria-se uma porta
para o terror e a máquina certeira da guilhotina fazer suas milhares de
vítimas.
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